Mirante

Essa inércia me angustia
Fico melhor quando finda o dia!

E quando cai a noite ...
Meu espírito se ergue
Em busca das coisas do alto

E, uma vez lá em cima,
Reluta em ocupar novamente a minha carne
E nesta hora ...

Não sou mais que um desses anjos
Maculados pelo mármore
Que proclama aos brados sua nobre sentença
No limiar do jardim

Estes seres tão tristes e alados
Que povoam as praças
À mirar a distância sem que dela se apossem

Pois seus pés estão fincados no mármore
Como não estão os meus agora

E, no entanto, asas me faltam
E estes braços não me servem de nada!

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