Jardim Sob O Cimento
Minha Alma respira e sangra pelos olhos
E eles estão fechados a pouco mais de meia hora
A escuridão nunca me incomodou tanto
E a luz do dia atormenta-me a sombra lá fora
Mas cancelem a prece a apaguem as velas
Porque ainda não dei o meu último trago
E enquanto serro as grades rudes desta cela
Não hei de esperar por nenhum afago
Já não me seduz o que me destrói
E não devo nada a qualquer herói
Um a um, tão frágeis, eu os vi tombando
Enquanto fingiam lutar por mim
Não há flores pra colher neste jardim
Que se aposse dele o cimento então
Já me basta o desconsolo por me fiar
A anjos que não sabem como se faz pra voar ...
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