A Canção Dos Lábios Da Bem Amada

Estou farto deste baile de máscaras
Destas pessoas Insípidas

Tão desesperadamente sóbrias
Fingindo sorrisos de boas vindas
Que se desmancham ao clarear do dia

Estas pessoas tão cheias de vestes
No meio das quais passeio nu
Alheio à ironia que exala
De um canto ao outro do salão

Não há janelas ao redor
De onde eu possa observar as crianças e os loucos
Que brincam na vigília da noite

De onde eu possa me atirar feito um anjo
De cujas asas o céu esteve ausente
E no seio do qual se agita a ânsia do que não possuo
E que não há de caber em meus braços!

Ah, pudesse agora ouvir a canção
Que germina nos lábios da bem amada
E ao interromper-lhe o canto com um beijo
Pudesse eu mesmo despertar deste sonho
Que a mim se apegou feito um presságio

Pudesse ...

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